Neste mundo hodierno, de constantes e profundas modificações, o homem prossegue, na sua ânsia insistente de ser feliz, com uma certeza inquestionável, que muito o preocupa e da qual, por mais que lute, não vai se livrar, a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, vai ter que morrer.
E nesta certeza super verdadeira, vem o natural e constante questionamento: afinal, o que é mesmo a morte?
Primeiro, quanto ao verbo, morrer significa falecer, perecer e entrar em óbito.
Já, popularmente, morrer tem como significados: passar para o andar de cima, ir para a cidade do pé junto, ir para o além, ir embora deste mundo, passar desta para melhor, vestir pijama de madeira, esticar a canela, virar presunto e outras expressões semelhantes.
No entanto, a morte pode significar muita coisa, sendo a única coisa certa que se tem na vida.
É a verdadeira certeza do futuro e, essencialmente, o acontecimento mais democrático que existe.
A morte pode significar também o fim do caminho chamado vida, que percorremos todos os dias.
É o fato mais natural do mundo, quando atinge os outros.
E, para os que possuem fé, com certeza morte é o fim deste estágio chamado vida e o começo de um outro.
Na realidade, nestes tempos modernos, onde o materialismo e a violência imperam, a morte representa um fato natural e banal, que representa a regra do jogo, notadamente quando afeta os outros, que não nos dizem respeito
A morte decorrente de um acidente ou catástrofe, quando vista na TV, de pessoas que nunca vimos ou conhecemos é normal, natural e até banal, que agora nem nos abalam e emocionam, servindo apenas para engrossar as estatísticas, deste mundo tão violento.
Morrer ficou banal, brutal, impessoal, frio e até muito comercial, fomentando uma verdadeira indústria, que se alimenta e se desenvolve com a morte, agora também matéria prima deste novo tipo de progresso, deste mundo cão.
Sem poder contestar, morte é também o termômetro da vontade de Deus, que os homens costumam chamar de destino.
Para a policia, a morte pode ser apenas um mistério, para o detetive um acerto de contas ou a simples regra do jogo e, para o povo, apenas um fato normal que faz parte, do imenso jogo da vida.
Mas, com certeza, a morte é na verdade nossa derradeira companhia, o antônimo da vida, o popular fim da linha ou da existência ou o inevitável novo começo, seja onde concebemos o inferno ou o céu.
Generalizando, a morte, para muitos, pode ser ou advir de um tiro no escuro, podendo representar também o fim do sofrimento, refúgio para os desesperados ou ascensão para os abençoados.
Morte é o desfecho natural para o fim de um bandido ou vilão de uma história, punição para os condenados ou, para os céticos, o fim de tudo.
Morte é ainda o caminho natural para o fim do idoso, a separação do corpo e da alma e o mistério insondável do criador.
Para os que não têm o respeito suficiente, a morte não passa de uma sacanagem de Deus quando atinge uma criança ou até a pressa do criador, quando ceifa o jovem, num fato natural ou num acidente.
No entanto, independente do tempo ou lugar, idade, sexo, ou mesmo posição econômica ou social, a morte só é normal e faz parte da regra do jogo da vida, quando atinge um estranho, uma pessoa fora das nossas relações, longe da gente.
Entretanto, quando ela afeta nossos familiares, amigos ou quem a gente ama, ela é cruel, dolorosa, dura e nunca desejada.
Sendo bastante práticos, temos que conceber a morte também como matéria prima para o coveiro, motivo de empreendimento para o dono da funerária ou do cemitério, estatística para o governo e profissionais da saúde e um dos bons motivos para o aumento das vendas, para os donos das floriculturas e assim por diante.
É importante lembrar que, para o materialista a morte termina na sepultura ou no crematório, mas para aquele que sabe ou soube realmente viver, ela, com toda certeza é o inicio de uma eternidade feliz, sendo também, para aquele que personificou o mal, o verdadeiro portal do inferno.
Na verdade, o fim de tudo e de todos, e quando acaba o sonho, é quando termina a confiança.
Para os animais, na realidade, a morte nada mais é, do que a conseqüência natural do objetivo de servir.
Para os vegetais, a morte representa o fim de um ciclo ou estágio, ou mesmo o cumprimento de uma meta ou transformação.
Assim, a morte para os minerais ou os astros, nada mais é do que uma transformação natural de um mundo em evolução.
Mas, a morte, este maior enigma de todos os tempos, nos leva a refletir.
Segundo estudos, para cada vivo, existem 25 mortos.
Existe atualmente no planeta terra, cerca de seis bilhões e meio de seres humanos, que gradativamente irão morrer e, nestes mais de cinco milhões de anos de existência, de que temos conhecimento, já morreu uma população 25 vezes maior. Conclusão, o time dos que já morrem é 25 vezes maior do que o time dos que vivem.
Sem sombra de dúvida, o certo é que, a cada momento que passa, nesta constante transformação, nesta mutação permanente, estamos todos, indistintamente, caminhando para um fim inevitável, que podemos chamar de morte.
E, para nós, que acreditamos na misericórdia e na magnitude de um Deus, grande, maravilhoso e eterno e, concebemos também, o quão maravilhoso, importante e complexo é o homem- sua criatura mais fantástica- questionamos simplesmente o fim somente da matéria, uma vez que, como dizia o meu saudoso amigo padre Macário, lá do meu Tocantins, o CRIADOR FEZ O HOMEM PARA SER FELIZ, NÃO PARA PERDER.
Por tudo isto, com toda certeza, a vida continua, num outro plano, numa outra dimensão, sendo mais natural e curioso, questionarmos, sobre onde e como estão, os que já deixaram este plano terreno, que, conforme já demonstramos, são superiores em vinte e cinco vezes aos que vivem.
Com certeza, nós católicos, que temos JESUS como nosso redentor e salvador, que representa para todo o CAMINHO, VERDADE E VIDA, confiamos piamente na RESSUSRREIÇÃO, para a nossa permanência eterna numa vida definitiva.
JESUS, nosso modelo e nossa meta de vida, RESSUSCITOU e, conforme ele prometeu, também nós IREMOS RESSUSCITAR, para adentrar no paraíso e conquistar uma FELICIDADE ETERNA, junto de DEUS.
Dentro deste mistério e desta seqüência natural, a cada segundo ou momento que passa, todos nós morremos um pouco e é fácil assimilar e compreender isto.
É com a morte da noite que nasce a aurora radiante e o dia bonito.
Foi necessário que o grão morresse para que a planta nascesse.
Foi preciso que o espermatozóide vencesse e morresse, para que eu e você nascêssemos.
Foi a morte da árvore que possibilitou o nascimento da cama e do berço.
Foi necessário que a flor morresse para que o fruto nascesse
Foi preciso o desaparecimento da rocha, para que a casa nascesse.
Foi preciso o desaparecimento ou a morte de vegetais e animais para que nascessem os gostosos alimentos
É preciso que a ignorância morra, para que a inteligência prevaleça.
Que o papel desapareça para que o texto nasça.
Que o pecado tenha o seu fim para que a salvação nasça
Que a quaresma morra para que a páscoa possa surgir.
Que a escuridão desaparecesse para o surgimento da luz e, acima de tudo, foi necessário a morte e o sacrifício da cruz, para o surgimento da nossa salvação.
E, neste ciclo natural e bonito, em que tudo se transforma e caminha para o fim, que concebemos como morte, vamos torcer e fazer tudo para que, a nossa transformação seja melhor, com a morte do desamor e o advento só do amor, para que ocorra, de forma permanente a plenitude da vida, que denominamos de ressurreição. .
Na certeza de que, a cada momento a gente morre um pouco e, conforme o senhor Jesus nos afirma no seu evangelho, a morte é inesperada, pois não sabemos nem o dia nem a hora, portanto, estejamos preparados. E, saber viver, sendo seguidores da doutrina do nosso mestre, sendo fiéis á justiça, a verdade, é melhor forma de ficar preparados, para quando chegar a nossa hora derradeira, quando vamos mudar para a grande pátria espiritual.
Com a convicção de que, com toda certeza, a melhor maneira que temos de ser feliz nesta terra é quando propiciamos a felicidade para o nosso semelhante, recomendo, para você, o uso mais correto e apropriado para a flor, elemento tanto associado á morte.
Flor é beleza, é vida, é carinho, é amor, é presente de ternura e consideração..
Flor torna a pessoa que a recebe feliz, satisfeita, recompensada, iluminada, considerada
Quem oferta flor, fica também feliz com a felicidade do ser amado, que recebeu este que, tradicionalmente, sempre foi o melhor, o mais bonito e carinhoso presente.
Assim sendo, seja mais racional e coerente: OFERTE SEMPRE FLORES PARA OS VIVOS E NÃO PARA OS MORTOS!
As velas, também, estão presentes quando a morte se faz presente, nos velórios, nos cemitérios, nos túmulos, representando a luz da vida eterna, da ressurreição.
No entanto, mais importante do que acender velas, para homenagear os mortos, É ILUMINAR OS OLHOS DOS OUTROS, especialmente de quem você ama, com oferta de carinho, amor, abraço, afeto e paz...
Concluindo, só existe realmente uma coisa que combate e elimina a morte: O AMOR VERDADEIRO QUE SE PERPETUA COM O TEMPO.
Assim, por mais que o tempo passe, indiferente de data ou lugar, indiferente da marca, seja na lápide ou no coração, A VIDA SEMPRE VAI PERPETUAR, num sentimento alegre e nostálgico que se chama SAUDADE.
E, por causa disso, finalizando esta reflexão, eu reafirmo, com toda certeza que, desde o momento que eu comece a escrever ou falar e você a ler ou escutar, todos nós morremos um pouco e tomara que tenha sido para melhor
Daí reafirmarmos, uma vez mais, que A MORTE REALMENTE NÃO EXISTE, não passando apenas de uma conseqüência natural, deste mistério e dádiva que chamamos de vida.
Que você seja alegre, vigoroso e feliz e, embora prossiga morrendo um pouco a cada momento, nesta conseqüência natural, que você continue RENASCENDO A CADA MOMENTO, dando evasão e prosseguimento a esse ciclo gostoso e querido, que sempre desejamos e chamamos de vida, naturalmente o antônimo da morte, tema da nossa reflexão de hoje.
Que Jesus - nosso salvador – e Maria, nossa mãe maior, sempre nos proteja e nos encaminhe para a real e VERDADEIRA VIDA!
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